Copo de 3: Niepoort Vintage 2007

24 junho 2009

Niepoort Vintage 2007

Em prova coloco uma novidade, quem anda atento a estas "coisas" do vinho, saberá certamente que o mais recente Porto Vintage da Niepoort já está no mercado e foi alvo de prova em variados sítios da blogosfera nacional.
Optei deste modo por deixar de fazer a respectiva apresentação, pois sem dúvida será bem mais interessante ouvir essas palavras ditas pelo próprio Dirk Niepoort:




Este Vintage 2007 mantém a tradição da Niepoort de criar Portos equilibrados, com grande concentração sendo simultaneamente finos e delicados.

Depois de alguns Invernos severamente secos, o Invernos de 2006/07 foi adequado para recolocar as reservas de água no solo no seu ponto perfeito. Em 2007 as vindimas começaram na histórica adega de Vale de Mendiz em 14 de Setembro, 6ª feira.
Apesar de uma breve tempestade em 16 de Setembro e leves chuvas no final do mesmo mês, a vindima decorreu em condições excelentes. Os mostos em fermentação exibiam já cor muito carregada e densa, e uma acidez natural muito boa, evitando grandes correcções ácidas.
A nota de prova é a que se segue:

Niepoort Vintage 2007
Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz e outras - Estágio: 2 anos em tonéis de madeira antigos - 20% Vol.

Tonalidade ruby bem escuro de concentração alta.

Nariz a perfilar um conjunto coeso, fresco e pleno de finesse, com aroma a mostrar muita fruta madura (futos do bosque, bagas), a gulodice da compota à espreita, especiarias doces (canela, cravinho), vegetal seco (esteva) a recortar com algum floral (violeta) em fundo mineral. Vai dando voltas numa toada oscilante entre o morno e o fresco, diga-se que muda como o tempo, morno de manhã e frio à noite, e o reboliço no copo torna este vinho frenético, despontando novos detalhes (toques de cacau fresco, chá preto e fumados) encerrados quase como numa caixa de pandora.

Boca com ataque de fruta madura e suculenta, quase no formato de tarte de frutos do bosque, com toques frescos, num todo coeso e que mostra harmonia ao lado de austeridade, quase como um colosso bailarino, dando passos ligeiros e elegantes, apesar de toda a sua opulência e magnitude. A sua passagem é por isso delicada mas sentida, com toques de bela vivacidade/frescura que tanta alegria transmite ao conjunto. Transporta na boca os aromas de nariz, sendo de igual modo amplo e complexo, mas ao mesmo tempo fresco e com ligeira secura vegetal no final de boca, de persistência alta.

Um vinho que com toda a complexidade que encerra, por vezes torna-se surpreendente a facilidade com que se nos dá a entender. Dá um prazer imenso se bebido agora, mas certamente se entenderá que está preparado para uma longa guarda, onde certamente irá brilhar novamente em altura própria.
18,5

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