Copo de 3: Domaine des Baumard "Clos Ste.-Catherine" 2007

11 setembro 2013

Domaine des Baumard "Clos Ste.-Catherine" 2007

Esta é uma paixão antiga, daqueles vinhos que nos deixam um sorriso que se partilha com aqueles que mais se gosta de ter ao lado, Baumard é para mim sinónimo de génio do vinho e um dos melhores produtores do mundo no que a brancos diz respeito. Independentemente de toda a conversa que façam à volta do tema são estes vinhos que me dão um prazer imenso, é no Loire que encontro os brancos que melhor se encaixam no perfil de vinho que gosto e também para o tipo de cozinha que costumo fazer em casa. Tudo isto serve para confrontar a ideia de que os melhores vinhos do Mundo não são os definidos pelo gosto de outra pessoa, os melhores do mundo são aqueles que nós gostamos e o Loire é um dos recreios que gosto de frequentar.

Um desses produtores que não me farto de recomendar a todos os meus amigos, é o Domaine des Baumard, que fica situado a norte da appellation Coteaux du Layon, perto de Quart de Chaume. Criado em 1634, altura em que se plantaram as primeiras vinhas pelos antepassados de Florent Baumard (actual proprietário), foi apenas em 1955 que Jean Baumard toma conta do Domaine, adquire parcelas na appelation de Quarts de Chaume em 1957, e Savennières em 1968. Desde essa altura que se tem vindo a notabilizar como produtor, até que em 1990 é o seu filho Florent Baumard que toma controlo do Domaine, elevando ainda mais a qualidade e o reconhecimento dos vinhos ali produzidos. É um dos aclamados mestres da casta Chenin Blanc, e um dos mais reputados produtores do Loire e de França, com destaque mais que justo para os seus vinhos e a qualidade que imprime quer a nível de terroir quer a nível de qualidade em todas as gamas. O destaque vai obrigatoriamente para os brancos secos e doces, desde as appellations de Savennières, Coteaux du Layon e Quarts de Chaume, onde contrariamente a outros, nenhum branco tem passagem por madeira. Em Coteaux du Layons temos o Clos de Ste Catherine e o Cuvée Le Paon. Enquanto o primeiro provem de uma vinha de solos arenosos o segundo é fruto de uma selecção de uvas atingidas por podridão nobre e apenas é feito nos melhores anos. Como topo de gama temos o Quarts de Chaume, da melhor vinha do produtor.

Este Catherine é um vinho com uma belíssima acidez que se combina com uma fina capa de mel e limão. Sensualidade a rodos, sente-se mineralidade, tudo muito detalhado com alta definição nos aromas, alperce, maçã, toque de botrytis, tília. Na boca todo ele é classe, delicadeza, um rigor e precisão aqui e ali, acidez muito presente a contrabalançar a suave sensação de doçura, arredondado com passagem levemente adocicada o suficiente para se tornar pecaminosa em final muito longo e persistente. O preço ronda os 32€ por garrafa, não sendo barato vale cada cêntimo. 94 pts 

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